
Xadrez.
O trabalho, apresentado em regime de anódina organização do tipo empresarial, pode ser visto como o produto de um jogo de xadrez.
O trabalho, apresentado em regime de anódina organização do tipo empresarial, pode ser visto como o produto de um jogo de xadrez.
Tendendo um sistema organizado, por acréscimo de entropia, para a contínua desestabilização (daí a importância do exercício quotidiano da gerência e da gestão), a finalidade última do jogo empresarial é a derrota de um "rei", um director, administrador ou presidente, que, mesmo acossado (por maus resultados, injúrias e atestados populares de sofrível competência), só pode mover-se uma casa de cada vez; atendendo à fragilidade das suas circunstâncias, o “rei” faz-se rodear, em jeito de protecção, de uma rainha frenética, que se movimenta em todas as direcções (ou seja, uma secretária ubíqua e pluripotente), de bispos enigmáticos, de movimentos oblíquos, equiparáveis aos modos de negociação esguia próprios de uma fileira de aculturados assessores, e de torres seguras, directores que efectuam pretensa passada certa em movimentos perpendiculares.
Com uma peonagem medieval (e operacional) que avança (produzindo) cegamente, diminuta e restritiva que é a sua possibilidade de intervenção no jogo da organização do trabalho, a arma mais viável do "rei" é a sua cavalaria, ou seja, o seu batalhão de inquietos e muito móveis gestores executivos, que, usando indumentária de recorte burguês, trata da tradução operativa da visão sebastiânica de um “rei” castrado na sua possibilidade de movimentação.
Com uma peonagem medieval (e operacional) que avança (produzindo) cegamente, diminuta e restritiva que é a sua possibilidade de intervenção no jogo da organização do trabalho, a arma mais viável do "rei" é a sua cavalaria, ou seja, o seu batalhão de inquietos e muito móveis gestores executivos, que, usando indumentária de recorte burguês, trata da tradução operativa da visão sebastiânica de um “rei” castrado na sua possibilidade de movimentação.
Com tudo isto, que nem parece muito, um “rei” que não se afasta do seu trono mais do que um passo de cada vez, pode, em minutos ou em horas, urdir uma trama de movimentos capazes de aniquilar o adversário, ou, em surto de fagocitose, decompôr a sua frota de zelosos e inquietos cavaleiros engravatados.
1 comment:
Muito bom.sam.
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