Saturday, January 02, 2010

Palavras de Cotrim

Sousa.

Sousa,
ser simples
num sopro
de um vento adverso,
contemplava
o inusitado
movimento
do sável
deposto no rio.

Sousa,
secretário do sensível
indispunha-se
quando,
face à densidade do devir,
se dava lugar à
efémera irrisão do acessório.

Sousa
ser sensível,
lógico e relevante,
dizia eu,
nos primórdios da senilidade,
e o desespero
de saltos salientes
dados em frente,
exercitando a solidão
de estar em si,
sável subtil
saído do frio,
iluminura do desarrumo
do presente.

Sousa,
simples sável
no turbilhão do dia-a-dia
desconhecia
que
quando se ousa
ser sensível,
o rasante inusitado sucede,
aquele que articula a transcendência,
secretário do sucesso do fastio,
assim se é o nosso sousa,
na consagração
do que se ousa
de frente.

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