Animus.
Do que em vezes me ocupa, recorre a pergunta do que me poderei lembrar quando estiver a morrer.
Parece-me que há imagens vívidas, o fundo de uma vida, que deverão ser por certo as eleitas para recapitulação no último suspiro. Receio, porém, que não seja este o empenho contido na putativa última sombra, mas sim a experiência recorrente de inferioridade, o exercício de uma pulsão deslocada, os tédios vigorosos e as tardes mais anódinas, as que não tive coragem de dizer.
Na incerteza, trato dos alívios de bagagem nos seus sentidos de cidade mais grave, ousando neles pousar a mão, dizendo-os, um tímido rapaz furtacores, húmus crismado no fundo, que aguarda a restituição de um resto anestesiado, por vezes quase a sufocar.
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