Friday, September 16, 2016

Self-disclosure.

Um café moderno.


No último domingo, de passagem em busca de granitos, parei num café junto à estrada. 

Perguntei por águas de litro. Comprei um pacote com quatro bolachas, anunciado a cinquenta cêntimos. O senhor zé perguntou-me se era da zona, o que fazia, para onde ia. 
Elogiou as bolachas, as melhores que há, disse, atendendo ao meu destino.
Elogiou-me, depois, um elogio despojado que pareceu ser já de um outro tempo. Disse que gostava muito da minha maneira de ser, e, por esse motivo, ofereceu-me, para a água, três copos de plástico.

Ao fundo, numa mesa corrida, discutiam-se as vantagens de ir a jogo com uma manilha seca. Em serpins, no "café moderno", não se lêem, ainda, links, telemóveis. Ao balcão, lê-se o jornal da véspera, compra-se chicletes de mentol, chocolate regina.

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