Tuesday, April 12, 2011

Self-disclosure

Abril. Num final de tarde próxima, a verdade aconteceu num corpo imperfeito no acabamento, uns quantos mais próximos esclareceram que a velhice se aproximava decidida, e, nós, distraídos com a singeleza do tempo moderno e o despudor dos seus luxos dependentes, afiançámos breves que sim. Relembro o episódio, e o seu sentido é agora claro, que poderia então dizer face a tão claro e imprevisto destino do corpo - um homem não recapitula matéria orgânica sem assunto e maior justeza - poderia tê-lo mesmo afirmado, mas estava a ficar tarde para disputas de senhoras; na luz infinda de Abril, adivinhava o fim tépido do arco-íris e intuía, íntimo, que o mais velho virá por certo e uma correspondente vontade de silêncio. Não sem motivo, como o grito, por vezes, não há noite que nos baste para poder dizer o mundo.

No comments: