Hoje vi uma senhora.
a sorte que aquela senhora era,
noiva de toda a mobília
e sua íntima convulsa energia,
a sorte que aquela senhora era,
noiva de toda a mobília
e sua íntima convulsa energia,
luz mesmo havia nela
quando dizia coisas da carne infame
da gente que trabalha estuda passeia erra
nas suas curvas lábeis
era tudo menos eterna,
era rotunda era rua era cais
amanhecia sempre a mesma senhora
naquele sorriso burocrático
de rigoroso domínio público
era, estou disto certo,
o que se chama uma senhora,
nas suas realizações concretas de medicina
incenso de flor que era.
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