O fim do silêncio.
Sentados,
vemos sombras,
sentidos unívocos
que glosam
visões morais do mundo,
às quais interessam
as presenças reais,
a ditadura do inesperado,
zonas do pensamento
circunspecto distante de nós,
o fogo que ilumina a circunstância,
a natureza
e a cidade
interior,
vilania amnésica
que se transporta
quando já não existem começos.
O silêncio,
regresso ao tempo em que se nasce,
uma e outra vez,
devorado agora
com o cansaço da cultura,
é entregue à gravidade de um discurso
que se dissipa,
palavras entregues na narração
da matéria
de tardes transitivas,
interrompidas,
lugares de excepção,
onde,
sentados,
vemos sombras que ensejam
um novo começo.

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