Tuesday, October 17, 2017

It`s an outlier!




Artwork: Lagoa da Vela (Agosto de 2017).






16 de Outubro de 2017: Um dia a não esquecer.



Foram muitos os acontecimentos trágicos vividos no dia 16 de Outubro de 2017.

A perda de vidas, de bens, de empregos, de identidade, de meios de subsistência, de património natural secular. A experiência de abandono, de desprotecção, de desconsideração, de fragilidade.

A resposta aos acontecimentos, onde apenas a abnegação pessoal e a entre-ajuda comunitária camuflou os efeitos do défice de planeamento, de competência, a mediocridade da organização.
A resposta sobre os acontecimentos, onde a ausência de humildade, o sentido de impunidade, a procura de auto-preservação e a gestão táctica do dano desconsideraram de forma inapelável o Estado, o desempenho de funções de Estado, a nobreza e o decoro que deveria assistir a prestação de um serviço público.
As respostas circulantes sobre a resposta aos acontecimentos, onde a clubite, a partidarite, e o primado da desconsideração insultuosa do interlocutor toldam as possibilidades de diálogo.

A inexistência de uma alternativa credível de governo central, no momento presente.
Os marques mendes, os vitorinos, os louçãs, os júdices, a comentar tudo e o seu contrário.
Os peritos, que vendem pouco, remetidos a nota de rodapé, a caução decorativa.
A indiferença, a anestesia colectiva, que contrasta, como sempre, com o exemplo que vem de fora (mil pessoas na noite de ourense a gritar "nunca mais").

Ardeu a Lagoa da Vela, a Mata de Quiaios, o Pinhal de Leiria, de Serpins, do Casal do Ermio. Sobrou a gestão de catástrofes à portuguesa: a evidência de incapacidade, o descontrolo, a resposta corporativista, a experiência de abandono, a atenção concedida à gestão táctica dos acontecimentos (a desculpabilização, a desresponsabilização, o afã da normalização).

Em breve virá a chuva, o futebol, as cheias, o sócrates.
Eu vou manifestar-me.
Eu não vou esquecer.

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