Ele tinha já o voo pronto
para a perfeição do desempenho.
Trazia o pavio convulso,
o pensamento solto de várias telhas.
Nos papéis, os dedos varavam sôfregos
o dente recôndito das ideias.
esperava a espera
que se dilata com pretextos mínimos,
esperava a espera necessária,
lenha enxuta
para peripécias de raciocínio.
Passados quarenta e cinquenta minutos,
Ele julgou que era, por fim, a sua vez.
Aberta a porta, ouviu uma resposta ciosa, presa ainda a destempo,
nas pontas curvas da boca:
- Lamento, mas vamos ter de adiar a entrevista.
A doutora, afinal, hoje não pode.
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