Self-disclosure.

Um grande desígnio (XXX).




(em breve, vais começar a comer pão com tulicreme numa creche.

ocorre-me, a este propósito, um cântaro de sangue a subir na cabeça.
penso nos modos de funcionamento das instituições "totais" descritos por erving goffman, instituições especializadas no fechamento e na reclusão, na supressão do "eu aparente" informado pela vida familiar e "civil" (e.g., a prisão, o convento, o manicómio, o internato escolar).

o tulicreme simboliza o contacto com a regra, com a soberania apriorística, dificilmente divisível das instituições sociais, com a necessidade de atendimento da convenção reguladora, útil, uniformizante, e a concomitante possibilidade de inclusão tendente à uniformização - do gosto, dos interesses, do comportamento individual.

o tulicreme simboliza uma aprendizagem social:

vais começar a aprender que há outros.
vais começar a aprender que há muitos outros.
vais começar a aprender a ser um entre muitos outros.
vais começar a aprender a ser um entre muitos outros, no contexto de uma regra.

vais começar a aprender que existe uma ordem.
vais começar a aprender que existem diferenças.)