Às três e dez da tarde, uma mulher casada chegou, pediu café e um queque cortado em duas partes. Trazia o cabelo preso, um vestido arejado, pestanudo, maquilhagem discreta, a lembrar gelados de baunilha.
Os seus gestos pareciam invulgarmente normais, insuspeitos, premeditados.
Bebeu o café, provou um pouco do queque, recebeu notícias no écran do telemóvel.
Levantou-se, pagou, e, ao sair, afagou ligeiramente o cabelo.
Na mesa, deixou dois pires, miolos de bolo e guardanapo, cuidadosamente amarrotados dentro de uma chávena.
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