Tuesday, April 26, 2016

Self-disclosure.

Um grande desígnio (IV).



(ontem brincámos com o bidé, um mistério em loiça ainda por desvendar. o bidé, no último mês, tem assumido um aparente lugar de destaque na hierarquia das tuas necessidades. quando brincamos com o bidé, tendo a tomar a ocasião para praticar, finita, a minha imaginação, e, em abstracto, a contrariedade. com o bidé, procuro demonstrar-te a existência de contrários. se pretendes abrir o ralo, procuro demonstrar-te que o ralo, sem o teu dedo preso, mantém intacta a sua vocação funcional. se abres a torneira, falo-te do desperdício que a ausência de propósito tipicamente representa. se me dás o piaçaba, digo-te que, se não o fizesses, ficaríamos ambos melhor. sem o prever, dou por mim hoje a olhar o bidé durante longos períodos de tempo. penso na tua curiosidade enquanto possibilidade de beleza, sobre o brilho escuro das pedras. sanitana - leio no bidé. penso no que poderia estar a fazer em alternativa. não me ocorre nada melhor).

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