Saturday, April 16, 2016

Self-disclosure.

Um grande desígnio (II).



(hoje, à hora do almoço, comeste sopa de peixe frango tomate milho cenoura pão e um bocadinho de queque que era muito doce. apontaste, depois, com fervor, para um sinal que estava numa porta, para um rolo de papel, para uma factura, para a minha orelha, para uma porta fechada, para uma menina que disse olá, para um balão vermelho, para um bolo de aniversário, para um doutor na televisão, para uma botija de gás, para um portão fechado, um tronco de limeiro, para uma água das pedras, para uma excursão de espanhóis, a última página do expresso, para a prateleira mais alta do armário, para a lil a chegar ao longe, para um cão. é glorioso, não o deveria esquecer, quando for tempo de pedalar com mais força: o teu primeiro entusiasmo, intacto, prodigioso, primordial. adormeceste, entretanto. tens uma nódoa no vestido. reparo no teu dedinho que aponta. reparo melhor no teu dedinho que aponta. é preciso contar-te as unhas).

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