No intercidades
que vem da guarda,
há um cheiro
que fica -
a laranjas,
a marmelada,
a bolachas moles guardadas em móveis de sala.
No intercidades
que vem da guarda,
há holandeses que falam
de funding,
de features,
de cabos de fibra óptica,
uma senhora de saia abre um tupperware
e come croissants.
No intercidades
que vem da guarda,
há risos soltos,
cuidados com os pertences,
alguém que discute os
caminhos legítimos da salvação.
No intercidades
que vem da guarda,
há sempre por perto um senhor
que fala muito
no que se deve fazer
ao balanço que se ganha,
quando,
de pedal expedito,
se sai cedo de casa
para ir aos barros à feira.
No comments:
Post a Comment