A dona isabel vai todas as semanas à igreja,
para desconto das ofensas do mês.
No altar,
há, por regra, música ambiente,
e seis padres
praticantes dos mistérios da absolvição.
Quando chega a sua vez,
procura sempre um padre
parco em pormenores,
meticuloso, penteado, paciente.
Quando sai da igreja,
a dona isabel entra no café ao lado,
levando ainda a consciência aguada,
fruto das vantagens rainhas da oração.
Ao balcão
pede, convicta,
trinaranjus,
pergunta pelo poeta que ali
pratica
os caminhos da redenção.
À saída,
olha-se ao espelho,
penteia-se, vagarosa,
como se houvesse um sítio
florido, importante,
onde a esperam,
onde tem mesmo de ir.
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