A ti,
as palavras fluem,
coerentes
com a parcimónia
dos teus beijos
de sal grosso,
que reverberam
um cosmos só teu,
disseste
um dia
que
a fluência
vem com o tempo,
o vazio
e os resíduos
que vemos
e esquecemos
princesas que voam
numa dança
pouco exacta
que
situamos o
que não sabemos
no que lemos
demasiado ocupados
que estamos
noutros mundos,
somos muitos
somos poucos
temos
em comum
a desidratação
dos morangos
e
a água de irrigação
que nos é familiar
amigos
no silêncio
assim
o fizémos,
concretos,
dispersos,
no ar do tempo
e do que nele
não fazemos,
num
silêncio
brusco
ordenamos
os haveres
os sapatos
uma tarefa de sempre
que
não depende dos ventos,
dos outros,
manifestos frutados
numa
permanência estética invariável,
mulheres de salto
esclarecem
a noite
- a matéria
que se sabe
é o chão que se pisa -
a fluência virá
um dia,
com o tempo,
o vazio
e os resíduos,
num cúmulo de nuvens,
uma promessa de degelo
a efervescência de ser
adepto de ti,
retém o ar que há na terra,
tropo
de uma tragédia
de dias
na conjugação de um drama
de se ser chão,
numa pertença
um ridículo,
um lamento
numa língua febril,
factor atento
que cobra
dividendos
de desadequação,
números inteiros
que olhamos de perto,
- o interesse geral
jaz no incremento
de superfícies médias -
dizemos que sim,
e isso é uma grande ajuda,
um sim que se diz
e já não volta.
1 comment:
So special...
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