Friday, June 11, 2010

Self-disclosure

Photo: Max Sauco (s/d).


By your side
.


A ti,

as palavras fluem,
coerentes
com a parcimónia
dos teus beijos
de sal grosso,
que reverberam
um cosmos só teu,

disseste
um dia

que
a fluência
vem com o tempo,
o vazio
e os resíduos

que vemos
e esquecemos
princesas que voam
numa dança
pouco exacta

que
situamos o
que não sabemos
no que lemos

demasiado ocupados
que estamos
noutros mundos,

somos muitos
somos poucos

temos
em comum
a desidratação
dos morangos

e
a água de irrigação
que nos é familiar

amigos
no silêncio

assim
o fizémos,
concretos,
dispersos,
no ar do tempo
e do que nele
não fazemos,

num
silêncio
brusco

ordenamos
os haveres
os sapatos

uma tarefa de sempre
que
não depende dos ventos,
dos outros,

manifestos frutados
numa
permanência estética invariável,

mulheres de salto
esclarecem
a noite

- a matéria
que se sabe
é o chão que se pisa -

a fluência virá
um dia,
com o tempo,
o vazio
e os resíduos,

num cúmulo de nuvens,
uma promessa de degelo

a efervescência de ser
adepto de ti,
retém o ar que há na terra,

tropo
de uma tragédia
de dias
na conjugação de um drama
de se ser chão,
numa pertença

um ridículo,
um lamento
numa língua febril,

factor atento
que cobra
dividendos
de desadequação,

números inteiros
que olhamos de perto,

- o interesse geral
jaz no incremento
de superfícies médias -

dizemos que sim,
e isso é uma grande ajuda,
um sim que se diz
e já não volta.

1 comment:

Lil said...

So special...