Bremen`s Liebe II:
As pessoas viajam para conhecer.
Experiência táctil e material que subalterna figuras de mediação.
Tenho conhecido pessoalmente, sem recurso ao conforto subalterno da mediação.
A pontualidade do homem do lixo. Do carteiro. Do sono. Das noites minguadas na sua duração.
O inglês enunciado amiúde pela menina do minimercado.
O detalhe gótico da pedra monumental.
A vivência cosmopolita da “Marktplatz”.
Os hábitos de banho nudista no campus universitário.
Os panados de batata que nutriram, no decurso da história, os estômagos empobrecidos de Bremen.
Os múltiplos espectáculos de adoração da nua carne das pessoas.
A pilosidade libertina.
A importância da adaptação. “Cross-cultural”, entenda-se.
Da necessidade de diversificar hábitos de ruminação, Aaron Cohen, funcionalista israelita, devoto dos assuntos dedicados ao comprometimento com o trabalho, aconselha-me: “Fruit? It`s too expensive. Why bother? Just leave the [your] culture…”
O abandono voluntário do que é, para o sistema perceptivo treinado e condicionado, rotina ou padrão reconhecível.
Aaron Cohen só lecciona muito fatigado. Pelo fim do dia. Para se identificar com a saturação impertinente dos seus pupilos.
Diariamente, assiste-se apenas a seis horas de escuridão profunda. A epiderme e o espírito ressentir-se-ão, certamente, em conformidade.
Entretenimento iterativo:
Michael Jackson, em tempos de negritude e prazeres vinílicos.
A escrita perecível do cronista Luís Fernandes, advogado das máquinas neolíticas.
Informação norte-americana, enxuta (não há tempo americano que se possa perder).
Debates francófonos sobre a utilidade actual da actuação sindical (há, portanto, tempo de antena que ainda se pode perder).
O assento da bicicleta.
Comunicações, em número sempre insuficiente, com o torrão natal – o desejo de nadar (desejo de evasão, em translação metafórica) mendiga atenção.
Entreter não é premissa, propósito ou objectivo. Quando se entretém, nada ou pouco se tem.
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